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Quem eu sou

sábado, 3 de abril de 2021

A realidade de ser quem se é


A cada nova dor de não saber ser o mínimo, abre-se uma nova cortina, expondo a claridade de ser quem se é.

A maturidade dos quase 30 trazem a realidade sobre si. O volume de amizades se torna cada vez mais restrito, também pelos distanciamentos que a própria vida se encarrega de direcionar. Mas, muitos dos que vieram e foram embora do convívio, ao longo dessa jovem vida, tem a ver com a imperfeição que se carrega em simplesmente não ser agradável para o outro. 

Os "adeus" de pessoas que em determinado momento foram importantes, estampam para si a imperfeição de ser falho. Movimento que, ao longo do tempo, convoca a humildade a tomar conta da cena.

E até quando os que, agora estão, conseguirão estar? E como acertar com os que ficam? E como tolerar os próprios erros? (que sim, são humanos)

As lembranças são de aglomerações de pessoas queridas, sorrisos, disposição em acertar e amor gritado aos quatro ventos que, com o tempo, mudam de ares. O que se tem é cada vez mais de si mesmo, de consciência, de reflexões, menos pessoas, menos sorrisos, e mais sobre consciência e percepção do que foi feito para que cada um decidisse pegar seus pertences e sair exausto pela porta que você mesmo abriu.

É preciso voltar um pouco nos primeiros anos da vida para analisar o começo de tudo. Por isso, é preciso reconhecer que mães são incríveis. Desde a juventude, enxergam no filho um gênio, alguém diferenciado, inteligente demais comparado aos outros. Esperto demais comparado aos outros. Doce e educado demais, se comparado aos outros da mesma idade...Mas, quantos estímulos ilusórios isso traz sobre a realidade de não ser nada disso?! O olhar doce das mães é sublime, mas a percepção ao longo da vida é de que são olhares que só esse amor tão sublime consegue oferecer. Só essa figura consegue enxergar defeitos, ignorá-los, e amar de muito perto, ou de muito longe.  

No fim das contas, convivendo com imperfeições, vai estar quem conseguir lidar. Podem ser 30 pessoas, podem ser 3, podem ser 2, ou nenhuma. Pode ser também só um cachorro, estes certamente vieram ao mundo para consolar corações que se enxergam imperfeitos demais para a convivência humana. Plantas também, apesar de mais discretas na interação. Algumas mais lindas, delicadas e frágeis, como girassóis. Outras com uma beleza menos colorida e mais seca, como cactos. Firmes, duros, imponentes, confiantes. Me agrada muito ter por perto no momento.  

Por enquanto, ainda fragilizada, mas esperando a autoconfiança e maturidade dos próximos meses e anos me trazerem mais sobre ser quem se é, agir sem magoar e superar quando decidem não estar.

Costumo encerrar textos com uma reflexão positiva e mensagens que tragam soluções para minhas próprias dores. Mas, este aqui é um texto sobre dores, que não são dores clichês de amor, de saudade..  são dores do autoconhecimento, do amadurecimento e da realidade. Dores sobre si. Nada mais.