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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Fragilidade emocional


Levei três "caixotes" nas ondas até chegar à Banana Boat. Isso foi agora na minha última viagem.
Para quem não sabe, Banana Boat é aquela bóia em formato de banana, guiada por uma lancha em alto mar.

Eu fui naquilo quando tinha nove anos e me diverti horrores. Por isso pensei que já era mestre na brincadeira e que dominaria todos os movimentos.
De 9 para 24 são 15 anos. Ser criança é se entregar por completo às emoções sem nem cogitar perigo. Já sinto saudades disso..

Mas enfim, o fato é: eu estava tão frágil (mais psicologicamente do que fisicamente) depois dos tapas que o mar me deu que pensei primeiro em desistir da aventura. Eu subi no brinquedo chorando e reclamando. Sim, CHORANDO!!!! Um mix de humilhação, vergonha e vontade de desistir. Meu namorado logo disse "Não chora, linda! Olha só a idade da criança do seu lado".
Isso até me confortou bastante, já que o menino aparentava ter não mais de 10 anos (mas certamente era mais viril e destemido do que eu. Claro!!! Com 10 anos é mole ter tanta força. Foi o que pensei no momento).

A lancha foi com tudo! Cerrei os olhos para não entrar água (eu era a primeira da minha fileira), segurei firme para não cair, gritei muito e engoli o choro.
No final das contas foi bem divertido. Meu namorado foi rindo do começo ao fim. Eu ainda estava abalada, mas acabei me rendendo e me confortando com as risadas dele que, inclusive, fizeram tudo ter valido a pena.

Mas, ainda me peguei refletindo muito sobre a minha fragilidade emocional.
Logo eu que sou tão forte (ou pelo menos pareço ser).
Hoje senti a mesma fragilidade. Não esperava que o passeio seria tão didático e que me ensinaria a agir como eu agi, pensar como eu pensei, só que em situações mais cotidianas.

O incrível é que agora, escrevendo este texto, após alguns minutos de desconforto no meu dia, o sentimento era o mesmo de quando eu estava em alto mar no brinquedo. Logo, na minha lógica, pensei em fazer o mesmo que fiz na Banana: engolir o choro, gritar (por dentro), segurar firme e pensar que eu tenho mais capacidade do que muitos (por mais viril e destemido que os outros sejam). E até está funcionando!

Me sinto melhor por entender que, mesmo quando achamos que não somos tão bons quanto deveríamos ser, precisamos encarar de frente as "aventuras" da vida. Desistir é feio, mostrar fracasso é pior ainda.

Que o meu Deus me ensine todos os dias a ser viril, forte e a transformar sentimentos de humilhação e incapacidade em vontade de aprender e ser melhor.

O mundo é muito cruel e não tolera adultas choronas que pensam em desistir com o primeiro tapinha na cara. Ou engole o choro e segura firme, ou não terá espaço para chorões nesta aventura.

Ps. Foto só para ilustrar. É claro que essa loira linda na frente não sou eu! :D