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domingo, 23 de outubro de 2016

Uma semana em Sampa



Eu vi o texto da minha colega de profissão - uma carioquinha bem deXXXcolada - falando da semana em São Paulo, e me inspirei. Como não se inspirar em cariocas, né? Eu amo!!
<3  Enfim, achei que só fotos não retratariam tão bem uma semana tão marcante.

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Eu nunca tinha ficado mais de um dia em São Paulo. Bateu um frio na barriga quando soube da oportunidade de passar uma semana sozinha na cidade que não dorme. Tudo bem que não foi TÃO sozinha assim, já que sou filha única e por mais que eu queira mergulhar de cabeça em algumas loucurinhas (coisas típicas de aquarianas como eu), tenho uma mãe que ainda se preocupa se estou levando casaco e remédios para gripe. Por isso, dona Celia se encarregou de pedir a uma amiga que me acolhesse na casa dela durante aqueles 6 dias.

Bom, estava super empolgada com a ideia da semana sozinha totalmente mergulhada no jornalismo. É uma delícia quando nos surpreendemos positivamente. Não sabia que aquela semana seria tão determinante. Avisei quem tinha que avisar, pedi conselhos profissionais a alguns feras que já denominei como meus mestres, arrumei a malinha prateada que comprei em um “chinoca” de Portugal e fui para a tal Fradique Coutinho, na linha amarela. "Hummmm, riquinha", ouvi de um colega do curso. Caguei! Acho que ele precisava falar algo pra se enturmar e parece que conseguiu, pois está até no meu texto.

Putz, que sensação de liberdade quando o sol raiou no primeiro dia em Sampa. Só me lembro de ter acordado tão cedo, tão empolgada e tão “livre” quando o sol nasceu em Nova York, em uma semana nos EUA também inesquecível. Mas isso é outra história.

Só a sensação de liberdade já valeu tudo (sim, acho que sou muito aquariana mesmo). Eu não queria ninguém no meu pé e eu queria dar tudo de mim naqueles dias, na sede de ouvir aquela vozinha interna novamente dizendo “você é capaz. Você é foda”.

Nos tempos livres, consegui explorar um pouco da cidade. Conheci alguns lugares, dentre eles a loucura da 25 de Março - me julguem. Um sol sem fim, uma gritaria sem fim e bugigangas sem fim, do jeito que eu gosto.
Aprendi uma coisa para a vida: não se pode parar pra pensar em NADA na saída do metrô de São Paulo. Se estiver sem rumo, “continue a nadar” caso não queira ser atropleado pela multidão que sai junto com você. É loko, mâno. Mas São Paulo é isso. Eu já sabia na teoria. Apesar de tudo, me senti tão importante no meio daquela multidão...! Eu tava cheia de mim e com expressões faciais estilo Johnny Bravo.

Conheci jornalistas incríveis! Fiz amigos muito felizes e empolgados como eu :D Ouvi histórias empolgantes e tive mais e mais certeza de que essa profissão é riquíssima. Espero nunca perder esse orgulho e esse brilho nos olhos ao falar de tudo que envolve jornalismo. Estava cansada de ouvir e ver ao meu redor profissionais frustrados me ensinando uma coisa muito importante: não ser como eles. Senti que a semana tinha tocado cada um de uma forma diferente. Vi uma estudante revoltada, chorando, dizendo que largaria o curso. Fiquei pensando como coisas tão fascinantes podiam ser desmotivacionais para alguns..?! Porra, comigo foi exatamente ao contrário! Mas cada um sente de um jeito e eu estou longe de me corromper com pessimismo.

Fui a campo, fiz questão de colocar em prática o que aprendi com um dos mestres da minha vida: jornalismo é sentir, é ver, é fazer parte. “Eu quero você na rua, olhando nos olhos das pessoas”, ele sempre dizia (não vou mencionar ele aqui, pois já sou uma tremenda puxa saco dele).
Dessa vez eu entendi que não se pode escrever sobre algo sem experienciar. Escrever por escrever qualquer um pode. O que faz a diferença é como tudo te toca e essa teoria finalmente fez bastante sentido.

Ao final de tudo eu entendi que eu fui para São Paulo não somente para fazer um curso e concorrer a um prêmio, como eu pensei inicialmente. Eu fui para buscar inspiração. Eu fui para recarregar a bateria. Me inspirei nos detalhes, eu quis me entregar a tudo que me trouxesse estímulos, que fizesse meu coração bater e que me trouxesse de novo aquela vontade de gritar ao mundo que a vida é boa quando se sabe viver.

Estou escrevendo este texto agora depois de finalizar o texto que vai concorrer ao tal prêmio Santander - um intercâmbio de 6 meses na Espanha com tudo pago. Eu estava na sede para ser a primeira colocada. Por alguns instantes eu até achei que tinha grandes chances. Durante uma semana eu só falava e pensava em como eu conseguiria isso - passei uma noite quase toda sem dormir pensando nisso, inclusive. Estava super focada.

Mas comecei a enxergar por outro ângulo. Os maiores prêmios que eu poderia ganhar, eu já ganhei na última semana. Estou feliz por fazer parte da parcela da população que enxerga o copo meio cheio. Puta prêmio, SP! <3

Ps.: foto da @nadcalado