Lisboa tem sido, para mim, uma chuva de experiências, aprendizado e, principalmente, uma injeção de forças !! Foi exatamente por observar agora, da janela do meu quarto, a chuva caindo, que me inspirei para relatar aqui mais uma das minhas reflexões. Chuva e madrugada sempre me inspiram, não sei qual o mistério delas rsrs..
Foi por viver dias de tristeza, alegria, confusão, pensamentos, angústias, saudades, identificação com o meio e, principalmente, de muita reflexão e observação, que passei tempos sem escrever, pois, na verdade, não me sentia segura para concluir nada sobre tudo que vivia e vivo.
Aqui tenho aprendido mais sobre mim e sobre minhas capacidades. Tenho entendido mais sobre o que quero para minha vida e traçando objetivos mais importantes. Aqui eu vivo todo dia um desafio, e viver sem sua zona de conforto é muito diferente.
Foi por viver dias de tristeza, alegria, confusão, pensamentos, angústias, saudades, identificação com o meio e, principalmente, de muita reflexão e observação, que passei tempos sem escrever, pois, na verdade, não me sentia segura para concluir nada sobre tudo que vivia e vivo.
Aqui tenho aprendido mais sobre mim e sobre minhas capacidades. Tenho entendido mais sobre o que quero para minha vida e traçando objetivos mais importantes. Aqui eu vivo todo dia um desafio, e viver sem sua zona de conforto é muito diferente.
Dentre situações boas e ruins que vivi até hoje, nestes 5 meses, posso dizer que todas foram e têm sido úteis para decisões que venho tendo.
Não imaginei que sair do país fosse tão desafiador e que estudar jornalismo em um país que não é o seu, não fosse tão empolgante. Acontece que é daquelas sujeiras que há nas favelas e no Senado, como dizia nosso cantor e compositor Renato Russo, que quero escrever e estudar. É desses ilimitados problemas sociais que quero viver e aprender mais. É sobre a minha mídia, os meus jornalistas e tudo o que o Brasil tem de rico, de pobre, de sujo e de limpo..
Estes pensamentos que me vêm hoje podem mudar muito daqui há alguns anos, quando eu entrar, de fato, no meio profissional. Mas, tendo em conta que seja impossível prever o que pensarei, serei e/ou decidirei até lá, só consigo garantir o que penso, sou e quero hoje. A certeza que tenho hoje é de que sou muito brasileira e muito sonhadora para viver a minha profissão em um país que não consigo me entregar de corpo e alma.
Ser, respirar, se entregar a um ambiente é muito diferente de apenas sobreviver nele. Sobreviver quando tudo parece não ter sentido e não ser excitante como seria no seu espaço, ou no espaço que se escolhe para ser o seu.
Dentre prós e contras que há em qualquer das decisões que eu tome no momento, o mais correto é escolher pelo bem estar e felicidade interior. Por aquilo que o coração bate mais forte, por aquilo que te arranca sorrisos com facilidade, por aquilo que te emociona, te desperta vontade de ser melhor a cada dia e de dar o melhor de si em tudo.
Não sei viver por conveniência, viver por viver, viver pelo racional, viver pelo mais "correto", viver pelo mais confortável. Sei viver intensamente, com o coração e a mente em equilíbrio. Sei viver incondicionalmente, sorrindo e satisfeita, sem sofrer por não me identificar ou não me entregar.
Por não saber viver assim foi que saí do Direito e fui para o Jornalismo. A prova real de que a razão (Direito) nem sempre vence a emoção (Jornalismo). É por não saber viver assim que venho tomando decisões e repensando certas atitudes que influenciarão no meu futuro pessoal e profissional.
Hoje me sinto feliz por tudo que vivi aqui, por países, pessoas e histórias que conheci e ainda conhecerei, mas me sinto mais feliz ainda por saber que vou poder ser o melhor que posso ser, no lugar em que eu quero estar, sabendo que não terei o conforto, luxo, viagens, experiências e vivências que tenho aqui, mas com o coração aberto para novos conhecimentos e aprendizados que terei, principalmente com a nova visão de mundo que carrego na minha bagagem interior e principalmente com o jornalismo pulsando na minha veia, como nunca senti antes. Isto é o que me faz mais realizada, hoje.
Me sinto satisfeita com as minhas escolhas, esperançosa em um futuro tranquilo que elas podem me oferecer, apesar de ter "o mundo" contra a minha coragem. Mas também já vivi o mundo contra mim quando decidi me mudar..e não foi isso que me fez desistir e nem será isso que me fará agora. Nunca me arrependerei de ter vindo e vivido tantas coisas, e nunca me sentirei uma "fracassada" por não ter conseguido completar os 3 anos previstos para morar aqui. Só eu sei do que vivo, sinto e quero. Pode não ser o que é melhor para mim, aos olhos de alguns, mas com certeza é o que me faz feliz, em vários sentidos, e somente isto interessa.
A verdade é que só preciso estar satisfeita comigo mesma para ter forças. Forças que desencadearão atitudes, como as que me trouxeram para cá e as que me levarão de volta. Só quero, um dia, ser tudo o que eu planejo, não só por mim, mas por três pessoas: Minha mãe, meu pai e meu padrasto, os únicos a quem devo a vida, ou melhor, a quem devo todo o aproveitamento dela.
"Uma mudança deixa sempre patamares para uma nova mudança".
Mariana Areias
09-01-2013