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domingo, 1 de outubro de 2017

Repórter no Acre


Dei um beijinho na barriga gorda do meu pug e um abraço choroso no dono do meu coração. Talvez eu tenha levado muito a sério quando me ensinaram a correr atrás dos meus sonhos. Minha mãe não derramou lágrimas na minha frente. Sábia, preferiu ser forte para me encher de coragem. Assim, apertei o play com entusiasmo. Claro que quem arrumou minhas malas foi meu padrasto que já fez cursos em Harvard e se especializou em enquadrar até elefantes numa mala de 23kg. “Para mim, você é a melhor”, disse meu pai, orgulhoso, mandando também comprar repelentes. A notícia de que eu passaria uma temporada no Acre foi chegando aos poucos em cada um dos que me rodeiam. As reações variaram. Muitas me encorajaram ainda mais. Os mais emotivos, sem perceber, me fraquejaram. Mas, mantive o foco na razão. 

Era 11h da manhã do dia 19 de setembro de 2017 quando recebi o convite para viver uma experiência como repórter da TV Globo do Acre por 45 dias, a princípio. Eu estava cobrindo a greve dos rodoviários pelo Correio Braziliense, onde eu era repórter freelancer. A partir de então, a expectativa do momento não era somente saber se os ônibus parariam naquela semana, se o presidente do sindicato toparia me dar entrevista ou qual espaço eu teria no jornal para escrever sobre aquilo. Como dizia minha vó: quem quer dois, perde um. A ansiedade do dia também era para aprender a usar a balança: o que eu ganharia e o que eu perderia com essa aventura? Claro que entrar sozinha num avião rumo ao Norte do país, sem data para retorno, me faria por em risco várias coisas da minha organizada e previsível vidinha brasiliense. Mas, em nenhum momento pensei em recusar. Recém formada, só senti gratidão por ter sido reconhecida e escolhida para uma missão tão inusitada e desafiadora (para mim).

Comecei a entender que o amor pela profissão e a sede por trilhar a carreira dos meus sonhos eram as minhas prioridades (acho que eu não tinha noção disso até então). Também não imaginava que eu faria tanto por mim.

Eu entrei no jornalismo querendo ser repórter de TV, mas o destino foi me levando para outras redações de jornais (impresso e on-line), onde comecei a engatinhar e nutrir ainda mais gosto pela escrita. Também fui parar em assessorias de imprensa. Nelas, pude sentir como é “o outro lado” e viver o jornalismo de uma forma mais corporativa, talvez. Gostei muito! De qualquer forma, a jornada ainda está no início. Ainda me sinto engatinhando, confesso. Certamente, há muitos sabores para experimentar, além de muito a aperfeiçoar. 

Tendo minhas armas - um bloquinho de anotações e uma caneta-  eu topo mergulhar, de cabeça, seja na Europa, onde iniciei o curso de jornalismo, seja em Brasília, onde me formei, seja em Rio Branco-AC que agora acolhe esta jornalista curiosa e pronta para absorver, aprender e viver, no tempo de Deus, tudo o que o norte do Brasil reserva.

Gratidão 🙏🏼


Ps.: a foto é do meu coleguinha Marcelo Pereira, pois a minha ficou muito ruim hahahah!!

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